Nem olhos
verdes nem
pele clara.
Eu sou a preta que não
passa pelo gargalo do
racismo
Ka, Ka... cabelo?
Crespo, rústico, desses que só
serve bem baixinho
arrumadinho pra não armar.,
Em infindas negações, tento
desembaraçar. Confesso, é embaraçoso.
Quantas horas no espelho penteando?
Quantas vezes na semana me negando?
Desgosto.
A mim mesma
causo tamanho desconforto
Horas a fio,
entupindo de fios
soltos os ralos do
racismo
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Há dias que brilho e dias que holofotes me ofuscam, e num desses oscilar de sentires gritei urgentemente pro papel quão desafiador é sustentar meu ventre preto- amor-dor nesse mundo, pois querides, me permitam dizer que a mama África aqui sabe da potência que é, mas certos momentos não se basta de viver tanta negação.
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