Lucubração
Tinha de haver qualquer coisa boa,
mas não havia.
Só era beleza – de fora
sorria e fingia.
Temperava tudo com sal e bastante açúcar –
quando queria.
Sabia coser e ensinava a encruar,
porém, mais nada oferecia alem do bramido que fazia.
Nascida da moça do cais, com o amolador de
tesouras, cresceu com a língua afiada e com um
bronze da cor sonante – cenoura.
Uma emboscada, grande decepção...
Maria nasceu pra ser Maria.
E não como por lá diziam: "Maria, de João".
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Alice Cunha é atriz, poeta, circense e escritora. Bacharel em
Interpretação Teatral pela Ufba e Aerialista pela Escola Nacional de
Circo. Em 2012, atuou como instrutora de aéreos em circos itinerantes da
Bahia, através da Oficina de Qualificação nos Circos e foi contemplada
com o Premio Funarte Petrobrás Carequinha de Estímulo ao Circo. Em 2017,
estreou o número A Mulher Mais Forte do Mundo, onde assina roteiro,
direção e atua. Em 2018 estreou o espetáculo Consolo ‘Um Solo de
Contação Femino-circense’, com texto de sua autoria e direção de Raquel
Karro. Em 2019 foi contemplada pelo Prêmio Funarte de Estímulo ao Circo
2019.
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