sábado, 15 de maio de 2021

Alice Cunha

 


Lucubração


Tinha de haver qualquer coisa boa, 

mas não havia.

Só era beleza – de fora 

sorria e fingia.

Temperava tudo com sal e bastante açúcar – 

quando queria.

Sabia coser e ensinava a encruar,

porém, mais nada oferecia alem do bramido           que fazia.

Nascida da moça do cais, com o amolador de 

tesouras, cresceu com a língua afiada e com um 

bronze da cor sonante – cenoura.

Uma emboscada, grande decepção... 

Maria nasceu pra ser Maria.

E não como por lá diziam: "Maria, de João".

 

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Alice Cunha é atriz, poeta, circense e escritora. Bacharel em 

 

Interpretação Teatral pela Ufba e Aerialista pela Escola Nacional de 

 

Circo. Em 2012, atuou como instrutora de aéreos em circos itinerantes da 

 

Bahia, através da Oficina de Qualificação nos Circos e foi contemplada 

 

com o Premio Funarte Petrobrás Carequinha de Estímulo ao Circo. Em 2017, 

 

estreou o número A Mulher Mais Forte do Mundo, onde assina roteiro, 

 

direção e atua. Em 2018 estreou o espetáculo Consolo ‘Um Solo de 

 

Contação Femino-circense’, com texto de sua autoria e direção de Raquel 

 

Karro. Em 2019 foi contemplada pelo Prêmio Funarte de Estímulo ao Circo 

 

2019. 

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